Sergipe é uma terra abençoada por ter sergipanos super influentes com seus respectivos presidentes de nossa República, e até com pessoas mais poderosas que muito ministro de Estado. Mas, seguindo o raciocínio da morte do Pai com uma forte estrutura patriarcal ainda dominante, como podemos nos desvencilhar de um modelo piramidal, e conseguir entre os três poderes e a sociedade civil organizada dizer o que é prioridade para o Estado?
Imagine que um chefe de família seja transferido para um bom cargo em Brasília, e de lá mande dinheiro para seu lar no Sergipe. Nessa casa, cada um considera o seu melhor para o destino dos recursos, hipoteticamente: comprando carro; outro fazendo festa para comemorar a vitória do chefe do lar; o seguinte comprando jóias que considera muito importante; e outro gastando em necessidades pontuais. Percebe-se que não há planejamento de uma grande reforma ou em nada estruturante para dias melhores desta família. A casa vai continuar como está e o futuro passa a ser incerto para todos. Será que sempre vamos precisar de um Pai para que essa família saiba o que fazer com os recursos, ou seria possível cada um saber o que é preciso para Sergipe, nesse modelo mosaico?
Voltemos aos abençoados filhos da terra. Só de 1970 pra cá, em meio a ditadura, onde praticamente o país só tinha um partido, sergipe contava com Augusto Franco como vice presidente da ARENA nacional 1972-1977. Naquele momento, Augusto Franco era tão poderoso como qualquer ministro da época, e aclamado como Presidente Nacional do PDS substituindo José Sarney nesse poderoso partido.
Depois tivemos o Ministro do interior Joao Alves Filho entre 1987-1990, amigo pessoal do Presidente José Sarney. Ainda tivemos Albano Franco na CNI, Confederação Nacional da Indústria, de 1980-1994 com mesmo status de ministro. Ele também era amigo pessoal dos Presidentes Itamar Franco, e Fernando Henrique Cardoso, fazendo de sua esposa ministra da Ação Social do então presidente Itamar Franco. Na sequência ,tivemos o ministro do STJ Geraldo Barreto Fontes de Alencar 1989-2003 , José Simpliciano Fontes de Farias Fernandes no Tribunal Superior do Trabalho 2001- 2010; o Governador Marcelo Deda 2007-2013, não como Ministro, mas como compadre, conselheiro e amigo pessoal do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, com livre acesso ao Palácio, tendo ainda indicado o então Presidente da Petrobrás José Eduardo Dutra, e o Ministro Carlos Ayres de Brito para o Supremo Tribunal Federal.
Foram muito os sergipanos ilustres na com altos cargos. Tivemos o Ministro Chefe do gabinete de Segurança Institucional da Previdência, José Elito Carvalho Siqueira 2010-2015. Na sequência, André Moura com status de ministro, sendo líder do congresso e braço direito do Presidente Michel Temer. Atualmente, contamos com o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, e amigo pessoal do presidente Lula, Márcio Macêdo.
Pois bem, todos esses nomes dependeram e dependem de um bom trabalho em seus Ministérios e cargos de destaque, mas, sobretudo, precisam que o lado a que se destina o recurso tenha bons projetos, habilidade institucional para cobrar e receber esses recursos públicos. É necessário também ter parlamentares ativos que cobrem e acompanhem a aplicação desses recursos, tanto em Brasília, como no estado de Sergipe. É fundamentada ter grande espírito público em suas emendas, assim como uma sociedade civil que perceba a importância do seu papel nesse contexto de desenvolvimento, cobrando, e orientando seus parlamentares.
Deputados e senadores juntos podem muito mais para Sergipe, emendas individuais, emendas de bancada etc., precisam encontrar destino para a política individual em suas cidades. Não há menor dúvida disso. Porém, é preciso também que verbas sejam direcionadas para conclusão de obras paradas, como as obras estruturantes como por exemplo da SE- 235, as pontes para conclusão da BR 101, passarelas para pedestres, problemas de falta de água, o nó que é o canal de Xingó, Hospital do Câncer, Porto com escoamento e logística, término do mercado de Itabaiana, e tantos outros que só com a união de todos, incluindo a sociedade civil organizada e a grande oportunidade que estamos tendo no governo Estadual e Federal, juntos.
Nada melhor que um ministro sergipano para desfrutarmos do almejado futuro. E que, se tiver essa união, que seja agora!
Aracaju, 28 de março de 2023
Alexandre Maynard Wendel @amwendel
Jose Alves do Nascimento
Comentário muito lúcido e orientado, retrata com realidade o nosso panorama social e politico
Erardo Silva Costa
Texto perfeito, ideia mais perfeita ainda.
Pena que estradas não dão voto, apesar do seu enorme benefício….
O poder pelo poder e mais nada.
Era assim, é assim e infelizmente será sempre assim.
Me falta otimismo em crer que a classe política, salvo raríssimas exceções pudesse pensar no coletivo, motivo pelo qual eleitos foram.
Mas o texto me alivia a alma em saber que há sum, pessoas que sabem como a coisa deveria ser feita.